domingo, 9 de março de 2008

Um espaço de diálogo para editores, professores e jornalistas

Jornalistas que trabalham com um olhar diferente ao tratamento hegemônico que imprensa diária oferece ao público reuniram-se no sábado, 8 de março, para conversar. O veterano Mauro Santayana, um dos presentes na reunião de quase 8 horas de duração em uma das salas do Maksoud Plaza, em São Paulo, classificou o feito como histórico. “Nunca vi tantos editores, professores e jornalistas reunidos para debater a qualidade das informações que o público vem recebendo”, disse, e não foi o único.

A reunião, organizada pela equipe da agência de notícias Carta Maior, foi um marco não pelas reivindicações, que apesar das múltiplas demandas individuais, não emergiram como foco de pauta. O importante foi a construção de um espaço de diálogo intergeracional no jornalismo e a criação de interatividade entre meios, universidades e profissionais. Renato Rovai, editor da revista Fórum, levantou a bandeira da troca de conteúdos entre os meios e profissionais presentes como forma de ampliar a oferta de reportagens e artigos que sirvam de contraponto para as manchetes consideradas parciais da grande mídia.

Quase cinqüenta dedicaram seu sábado para ouvir opiniões e construir um Fórum que deve ser permanente que tem o olhar transformados da sociedade e a ética como paradigma. A retomada de um olhar de esquerda sobre a realidade é uma demanda clara de muitos dos presentes, pessoas que lutaram durante os anos duros da ditadura por uma sociedade democrática e, agora, vêem a democracia ser usada para garantir estrutura monopolistas para a mídia.

As falas foram muitas e algumas merecem destaque pela firmeza e lucidez. Joaquim Palhares, diretor da Carta Maior, acredita que é preciso um posicionamento político claro das mídias independentes para que consiga sobreviver à muralha que está formada por grandes grupos e pela destinação dos recursos publicitários a Um concentrado grupo de empresas de comunicação. Para ele este encontro é o embrião necessário para que os editores e profissionais independentes tenham oportunidade de voz.

Uma carta será escrita e transmitida à sociedade nos próximos dias com as posições expressas nesta reunião. No entanto o simples fato de haver o encontro mostra que existe ainda vitalidade na mídia para seguir criando meios e formas de amplificar vozes dissonantes. Os diversos matizes ideológicos da reunião não provocaram s tradicionais cisões de quando as esquerdas se reúnem. A diversidade foi mantida e respeitada.

Agora vamos esperar a carta que será apresentada à sociedade (que será publicada neste espaço) e a próxima reunião, que será na UFRJ, na praia Vermelha.

terça-feira, 4 de março de 2008

Envolverde no JB Ecológico


Caros, há dias está sobre minha mesa a edição de fevereiro do JB Ecológico. Uma com a belíssima capa dos corpos nús banhados em sangue (artificial) em protesto contra o abate de animais e, de quebra, contra a pecuária brasileira que avança sobre a Amazônia.

Hoje pela manhã finalmente peguei o exemplar para ler. O primeiro momento de emocionante leitura vem com o editorial assinado pelo Hiram Firmino, um homem especial que a vida me concedeu o privilégio de ser amigo. Nas páginas seguintes a competente equipe do Ecológico construiu uma das bem elaboradas argumentações jornalísticas sobre a exploração da Amazônia pela pecuária e mineração. Não o discurso xiita, mas a arguição dos temas dentro do bom exercício do jornalismo. Nas oito páginas seguintes ví com emoção a apresentação do trabalho BenchMais - Benchmarking Ambiental Brasileiro (realizado pela Envolverde, Mais Projetos e Ruschel & Associados) ser mostrada em oito generosas páginas, juntamente com um artigo assinado por mim sobre as Empresas e o Processo Civilizatório. A revista segue ainda como matérias importantes, como o depoimento do eterno Beatle Paul MacCartney, resgate de falas de Chico Mendes e uma bela matéria sobre o livro O Brasil da Águas, dos seres humanos especiais Gerard e Margi Moss, que com seu espírito de aventura e seu pequeno avião nos mostra um Brasil que nunca havia sido visto antes.

À equipe do Ecológico meu muito obrigado, não por publicarem meu artigo, mas por exercerem o jornalismo ambiental com esta dignidade e competência.

Leia o JB Ecológico

Dal Marcondes