quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Responsabilidade social é vista como investimento

Da Pequenas Empresas

A internet é hoje um espaço em que as pessoas discutem ações que beneficiam a sociedade; por isso, a ferramenta está mudando a percepção dos consumidores com relação às empresas. Estas, por sua vez, não vêem mais a responsabilidade social corporativa como uma obrigação ou um gasto, informou o site InfoMoney.

A maioria (68%) a enxerga como um investimento capaz de trazer retorno financeiro e como uma oportunidade de crescer. Além disso, 54% acreditam que as atividades voltadas à responsabilidade social já estão trazendo vantagens competitivas perante a concorrência.

A conclusão é de um estudo realizado com 250 executivos e diretores de estratégia em 250 empresas dos setores bancário, petroquímico, de bens de consumo, eletrônico, de energia e "utilities", varejista e automotivo, conduzido pela IBM Global Business Services.

Dos participantes, 30% estão localizados na América do Norte, 30% na Ásia pacífico, 20% na Europa Ocidental, 7% na Europa Oriental, 6% na América Latina e 4% no Oriente Médio e África.

Segundo o levantamento, 49% das empresas passaram a implementar ações ligadas à responsabilidade social recentemente, 19% já atuam de forma madura na área e 32% não implementam nenhuma atividade na área.

Embora os clientes sejam o motor dessas iniciativas, 76% das empresas entrevistadas admitem que não conhecem as preocupações de seus clientes com responsabilidade social. Mas até aquelas que se consideram bem informadas e preparadas podem estar enganadas.

Cerca de dois terços das organizações participantes acreditam que têm a quantidade de informações sobre as origens de seus produtos e serviços suficiente para satisfazer as preocupações dos clientes. No entanto, metade delas admite não entender as expectativas deles quanto ao tema.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Lei de Imprensa é contestada no STF

por Lydia Medeiros, O Globo


Herança do regime militar, a Lei de Imprensa, de 1967, será contestada nos próximos dias em ação proposta pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele tentará invalidar artigos da lei, argumentando que, após a Constituição de 1988, tornaram-se inconstitucionais, por atentarem contra o princípio da liberdade de comunicação, assegurado em vários dispositivos da Carta.


— Todos os artigos restritivos à liberdade de expressão e manifestação do pensamento não são admitidos pela Constituição, e é preciso retirá-los do mundo das leis. Há uma violação de preceitos constitucionais — afirma Miro, que defende a revogação da Lei de Imprensa pelo Congresso.


O instrumento jurídico para a ação é a Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). Será apresentada em nome do PDT, assinada por Miro como advogado. O deputado se dedica ao assunto há algum tempo, mas resolveu alterar o texto, acrescentando um pedido de liminar, depois das reportagens que denunciavam a tentativa de intimidação a jornalistas por parte da Igreja Universal do Reino de Deus: — É notório que há uma situação de risco que vai causar prejuízos irreparáveis, e é preciso parar esses processos. São abusos para inibir o direito de informar os cidadãos.


Fiéis da Universal movem ações de danos morais, de diferentes cidades e com texto semelhante, contra a “Folha de S.Paulo” e a jornalista Elvira Lobato, autora de reportagens sobre o império empresarial montado pelos “bispos” da seita.


Contra o “Extra” e seu diretor de redação, Bruno Thys, tramitam ações em cinco cidades do Rio. ONG apóia trabalho pela revogação da lei Relatório da ONG Repórteres Sem Fronteiras afirma que a imprensa brasileira pode esperar dias melhores com o trabalho de Miro pela revogação da Lei de Imprensa, que prevê prisão por delitos de calúnia, difamação e injúria.


— A evolução do trabalho é a revogação total da Lei de Imprensa e a aprovação de uma lei nos moldes preconizados pela ONU (Organização das Nações Unidas), e seguidos por 70 países, que obriga o poder público a fornecer informações e documentos, quando requisitados pela mídia, para o conhecimento dos cidadãos.


Uma das decisões do STF citadas para fundamentar a ação trata de apreensão de exemplares do “Pasquim”, em 1989, determinada pelo então ministro da Justiça, Saulo Ramos. A editora contestou, e o então ministro Carlos Velloso concedeu liminar.


Em sua decisão, cita Felix Frankfurter, juiz da Suprema Corte americana (1939 a 1962): é preferível errar em favor da liberdade do que contra esta.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Os dinossauros do aquário

por Rodrigo Martins - Estadão

Os blogueiros aqui da Bienal resolveram fazer uma provocação aos "dinossauros" da imprensa. De uma vez, colaram cartazes no vidro do aquário em que os jornalistas que cobrem a Campus Party enviam as suas matérias - de onde estou escrevendo. Em meio a flashes de câmeras, "enfeitaram" as paredes de vidro com dizeres como "jornalistossauros" e "pterorepórteres".

Houve até um blogueiro vestido de dinossauro, que invadiu a sala, mexendo com os repórteres.

Dinossauro
via www.flickr.com/photos/imprensacampuspartybr/

O protesto antecedeu um debate polêmico. Na mesa, jornalistas e blogueiros. "Os jornais estão mortos. Qualquer um com um blog pode produzir informação", diziam os blogueiros. "Os blogs brasileiros precisam ter relevância. Como querem substituir a imprensa se não são capazes de produzir conteúdo que mexa com a sociedade? Quando isso acontecer, aí sim as redações irão ficar preocupadas", opinou um dos debatedores, o jornalista Pedro Doria.

De volta ao aquário, nós jornalistas não perdemos a esportiva. Chamamos os blogueiros para fazer uma foto de nós, "dinossauros"...

Os \"dinossauros\" da imprensa
via www.flickr.com/photos/andrepase

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Responsabilidade socioambiental de bancos está abaixo do propagandeado

Avaliação realizada pelo Idec demonstra que o consumidor ainda passa por problemas básicos junto aos bancos, como a não entrega de contrato e o não acompanhamento de suas reclamações

Em sua terceira pesquisa sobre responsabilidade social de empresas - as outras duas foram sobre camisetas de algodão e margarinas e achocolatados -, o Idec avaliou o discurso dos oito maiores bancos de atuação nacional (com mais de 1 milhão de clientes, exceto os estaduais) e o resultado não surpreendeu: os melhores colocados (ABN Amro Real e Bradesco), obtiveram apenas a classificação "regular"; os piores (Santander e Unibanco), ficaram pouco acima da pior classificação, "péssimo", no limiar da nota "ruim"; já no bloco intermediário, na faixa "ruim", estão, pela ordem, Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica e HSBC (veja gráfico).

Apesar de estar presente na propaganda e até em produtos do setor financeiro, a parte decisiva onde a responsabilidade social é realmente exercida, na relação com os consumidores, continua mal.

O estudo (acesse a íntegra aqui), com 69 questões, avalia também a atuação dos bancos em relação aos trabalhadores e ao meio ambiente. Juntamente com o bloco de questões Consumidores (que representou 40% da nota final), Trabalhadores e Meio Ambiente (com 30% da nota cada) compuseram as notas utilizadas na pontuação.

Se considerarmos a pontuação por cada bloco de questões (confira tabela), os resultados são os seguintes: no primeiro bloco, Trabalhadores, o mais bem avaliado foi o Itaú, enquanto o pior foi o Unibanco; já no bloco Meio Ambiente, a melhor colocação ficou com o ABN Amro, e apior, com o Santander; no bloco Consumidores, cuja avaliação também se baseou em resultados de cinco pesquisas de campo, já publicadas na Revista do Idec ao longo de 2007, o melhor colocado foi o Banco do Brasil, e os piores, Unibanco, Santander, HSBC e Itaú.

O estudo, exceto na parte referente aos Consumidores, se baseou na resposta das próprias instituições, de modo que não cabem críticas dos bancos às suas notas finais, alegando que o Idec não considerou tais políticas ou produtos e serviços.

Por ser a primeira pesquisa do Idec sobre o tema, junto ao setor financeiro, é possível prever que os critérios para as próximas avaliações serão ainda mais rígidos.

Para desenvolver o estudo, o Idec contou com a colaboração de algumas instituições parceiras, como Amigos da Terra, Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), DIEESE, Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), Centro de Pesquisa de Empresas Multinacionais da Holanda (SOMO), entre outras. Para a próxima avaliação, o Idec pretende desenvolver um trabalho ainda mais sistematizado com essas instituições.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

O mistério do desaparecimento das abelhas

Por Am Johal, da IPS

Vancouver, 12/09/2007 – No ano passado as abelhas produtoras de mel morreram na América do Norte em quantidades sem precedentes. Até este mês, ninguém parecia capaz de demonstrar qual pode ser o motivo. O que se chama “desordem do colapso de colônias” pode devastar uma colônia de abelhas em questão de semanas. Estes insetos voam para colher o pólen, mas nunca regressam ou, simplesmente, enfraquecem e morrem nas colméias. Além dos efeitos maiores na cadeia alimentícia, as implicações econômicas destas mortes são imediatas, porque as abelhas são essenciais para a polinização de cultivos no valor de dezenas de bilhões de dólares na América do Norte. Cientistas da Universidade do Estado da Pensilvânia disseram ter encontrado uma ligação entre o Vírus Israelense da Paralisia Aguda e a desordem do colapso de colônias.

Em convocação para uma conferência na semana passada, os pesquisadores disseram que o vírus, junto com outros fatores estressantes, é a provável causa da desordem, que já causou a perda de 50% a 90% das colônias de abelhas da América do Norte. Foi descoberto em Israel em 2004, mesmo ano em que os Estados Unidos importaram abelhas australianas. A desordem do colapso de colônias também foi observada na Polônia, Grécia, Itália, Portugal e Espanha, e informes não verificados surgiram na suíça e Alemanha. Também foram registrados casos no Brasil e na Índia.

David Hackenburg, apicultor que vive perto da baía de Tampa, no Estado da Flórida, perdeu quase duas mil de suas três mil colméias em questão de semanas no inverno boreal passado. Desde então apresenta o caso a pesquisadores universitários, burocratas de agências estatais e políticos eleitos. Hackenburg disse a vários meios de comunicação que novos pesticidas sintéticos elaborados com base na nicotina e conhecidos como neonicotinóides, ou neonics, são o principal fator que contribui para esta situação. Alguns pesquisadores disseram as IPS que novos estudos incluirão estes pesticidas como possíveis causas. Organizações ambientalistas, como o Sierra Club, também acreditam que os alimentos geneticamente modificados podem estar influindo. Um estudo britânico mais extenso concluiu que cultivos geneticamente modificados combinados com poderosos produtos químicos são prejudiciais para abelhas, borboletas e pássaros.

Pesquisadores do Departamento de Agricultura da Pennsylvania e de outros Estados norte-americanos realizam testes com base em dados geográficos para compreender a magnitude do problema e constatar se há ligação com a desordem do colapso de colônias. Porém, outros cientistas alegam que existe pouca evidência de que a toxina Bacillus thuringiensis, produzida por cultivos geneticamente modificados, seja uma das causas das mortes em massa de abelhas. Segundo o Science Daily, uma equipe de cientistas do Centro Químico Biológico Edgewood e da Universidade da Califórnia, em São Francisco, identificaram um vírus e um parasita que são prováveis culpados pelas recentes mortes. Somente na semana passada o Grupo de Trabalho sobre o Colapso das Colônias, da Universidade do Estado da Pennsylvania apresentou conclusões claras sobre quais podem ser as causas.

Em julho de 2007, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgou um plano de ação sobre a desordem do colapso de colônias que declara: “A estratégia atual para abordar este mal envolve quatro componentes principais. 1) pesquisas e coleta de dados, 2) análise de amostras, 3) pesquisas guiadas por hipóteses e 4) ações preventivas de mitigação”. Mariano Higes, cientista radicado na cidade espanhola de Guadalajara, concluiu que as abelhas européias que sofrem desordem do colapso de colônias são vítimas de fungo Nosema ceranae. A equipe de pesquisadores liderada por Higes estuda esta questão desde 2000 e assim pôde descartar qualquer outra causa. Cientistas dos Estados Unidos afirmaram que, embora esse possa ser um fator, não é o único a gerar a desordem.

Eric Mussen, especialista em apicultura da Universidade Davis, da Califórnia, acredita que pequenas variações no estado do tempo causadas pela mudança climática podem afetar a água, o néctar e o pólen dos quais as abelhas dependem. Mussen também alega que as abelhas têm muitos vírus, mas são seus sistemas imunológicos debilitados que as tornam susceptíveis à morte. Os primeiros casos vieram a público no final de 2006. Desde então, as especulações variam sobre as causas, com uma variada série de teorias que incluem os novos pesticidas, os cultivos geneticamente modificados, os produtos agrícolas, a mudança climática, os vírus e os telefones celulares.

Calcula-se que nos anos 40 existiam na América do Norte cinco milhões de colônias de abelhas administradas. Agora há apenas cerca de dois milhões. As condições climáticas adversas e os furacões também contribuíram para grandes perdas de colônias de abelhas nos últimos anos. Por exemplo, a temporada de amêndoas começa em fevereiro para as abelhas. É uma estação fria na América do Norte, o que pode afetar sua resistência. A economia da temporada de amêndoas é particularmente lucrativa para os apicultores. A criação migratória também está muito difundida nos Estados Unidos. Os apicultores ganham mais dinheiro alugando abelhas para a polinização do que com a produção de mel.

Freqüentemente os apicultores trasladam suas colônias para Florida, Texas, Califórnia e outros Estados. A criação migratória de abelhas acontece nos Estados Unidos desde 1908.

A mudança climática também poderia ser um fator de enfraquecimento das abelhas afetando a polinização de cultivos em muitas áreas agrícolas da América do Norte. O valor dos cultivos para os quais as abelhas são as principais polinizadoras é calculado em torno de US$ 15 bilhões nos Estados Unidos. Somente a indústria de amêndoas, que depende da polinização das abelhas, vale US$ 1,5 bilhão. As abelhas produtoras de mel não são nativas da América do Norte. Embora as plantas autóctones possam sobreviver sem elas, a polinização das abelhas é fundamental para cultivar frutas e verduras, como maçã, cereja, tomate, abóbora e muitos outros cultivos.

“Certamente está ocorrendo algo nos Estados Unidos, e é difícil dizer se isso se deve a uma bactéria ou a um fungo. É difícil detectar a causa com os métodos atuais”, explicou à IPS Leonard Foster, professor assistente de bioquímica na Universidade de Columbia Britânica. “Podem ser vários fatores combinados, mas são difíceis de verificar neste momento: mudança climática, antibióticos e uso de pesticidas onde as abelhas possam posar. Temos vários antecedentes históricos mostrando que há flutuações nas colméias a cada sete ou oito anos, as quais são afetadas pelas condições climáticas e pelos rendimentos dos cultivos. Ainda é muito cedo para se tirar conclusões”, acrescentou Foster.

“Nos últimos tempos não temos ouvido muitos casos, já que estamos no verão. As perdas parecem estar associadas com o inverno, pois é o fim natural do ciclo de vida de uma colônia”, disse à IPS Troy Fore, presidente da Federação de Apicultores Norte-americanos. “Fico sabendo pelos apicultores, mas muitos foram prejudicados no começo do ano. As colônias afetadas não são tão produtiva. Porém, ainda não temos uma arma fumegante”, concluiu.

* Este artigo é parte de uma série sobre desenvolvimento sustentável produzida em conjunto pela IPS (Inter Press Service) e IFEJ (siglas em inglês de Federação Internacional de Jornalistas Ambientais).

Crédito de imagem: Sxchu
(Envolverde/ IPS)

Sustentabilidade: Leitura útil para começo de ano

Por Ricardo Voltolini, da Revista Idéia Socioambiental

Leitura de qualidade é sempre uma boa recomendação para o início de ano. Nesses tempos de valorização do discurso socioambiental e das práticas de responsabilidade social empresarial, um profissional que trabalha com o tema, ou simplesmente interessado nele, não deve deixar de ter em sua mesa dois novos livros. Guarde bem os seus nomes: Almanaque Socioambiental 2008 e Compêndio para a Sustentabilidade.

Lançados recentemente, eles são bastante diferentes entre si como denunciam seus títulos. Mas apresentam em comum o fato de serem obras de consulta às quais se pode recorrer, por curiosidade ou necessidade, em caso de dúvidas conceituais ou mesmo para ampliar conhecimentos sobre aplicações práticas da temática. O primeiro se propõe a fornecer um conjunto variado de informações para uma reflexão sobre os nossos atuais modelos insustentáveis de consumo e produção. E o segundo reúne ferramentas para facilitar a introdução de princípios de RSE na cultura e nos sistemas de gestão de pequenas, médias e grandes empresas.

Em sua segunda edição –a primeira veio ao mundo em 2005 – o Almanaque Socioambiental 2008 se estrutura em torno de 85 verbetes, muito bem classificados em 11 capítulos temáticos – Diversidade Socioambiental, Florestas, Água, Terras, Recursos Energéticos e Minerais, Mudanças Climáticas, Cidades, Modelos de Desenvolvimento, Legislação Socioambiental e Fóruns e Conferências. Concebida pelo ISA (Instituto Socioambiental) e uma rede de 120 especialistas nos diferentes temas da sustentabilidade, o principal mérito da publicação é combinar informação com análise. Como convém a um almanaque, há muitos dados estatísticos e científicos na forma de tabelas, gráficos, mapas e relatos de casos. Todos registrados em linguagem simples e didática. Mas há sobretudo uma preocupação de organizá-los de modo a inserir o leitor nas grandes questões socioambientais contemporâneas, estimulando-o a fazer conexão entre noções e áreas de conhecimento normalmente tratados em separado e a formar um senso crítico quanto á inter-relação entre ambiente e meio ambiente, entre água, terra, florestas, recursos naturais e mudanças climáticas.

Ao contrário dos almanaques tradicionais, quase sempre enciclopédicos e um tanto frios, o Socioambiental diferencia-se por um claro e confesso engajamento. Ao longo de suas 552 páginas, lado a lado com a informação, destacam-se alertas para reflexão e dicas de como agir ou como integrar campanhas e soluções alternativas que conjuguem desenvolvimento econômico e respeito ao meio ambiente. Um bom exemplo disso é o capítulo Modelos de Desenvolvimento, cuja leitura pode ser especialmente útil para quem está na empresa ás voltas com a discussão de novas formas de produzir. Ao mesmo tempo em que apresenta ao leitor conceitos como os de comércio justo, consumo sustentável e contabilidade ambiental, o Almanaque reforça o quanto nossos padrões atuais de produção e consumo interferem na saúde do Planeta e na qualidade de vida de todos e também o que devemos fazer para alterá-los antes que seja tarde.
Didática na medida certa, com os seus quadros “O que é” e “Você Sabia”, é ás vezes professoral, como no caso da ênfase á grafia correta de socioambiental, a publicação se vale ainda de um bom projeto gráfico e de uma organização crível de informações que não apenas facilita a consulta mas a contextualiza.

Já o livro Compêndio para a Sustentabilidade, concebido pelo Instituto AntaKarana e pela Willis Harman House, com o apoio de universidades e importantes centros de estudos brasileiros, faz um registro completo das ferramentas hoje disponíveis em 33 países para a gestão da responsabilidade social empresarial. São instrumentos criados por diversas organizações, que podem ser úteis para quem está coordenando processos internos de aprendizagem, fazendo auto-avaliação de condutas e práticas, prestando contas ou incorporando princípios de sustentabilidade ao seu negócio. Além de apresentar em resumo as ferramentas, o Compêndio publica sites de referência nos quais o leitor poderá obter mais informações.

Uma boa idéia dos idealizadores foi disponibilizar o conteúdo da publicação na internet. A versão online permite uma atualização permanente deste material, que poderá ser feita, mediante credenciamento, pelas próprias organizações que as criaram. É, por essa razão, leitura imprescindível para profissionais envolvidos com o tema nas empresas.

* Ricardo Voltolini é publisher da revista Idéia Socioambiental e consultor de Idéia Sustentável

Você encontra os livros sugeridos pelo autor nos seguintes websites:

Compêndio para a Sustentabilidade: http://www.institutoatkwhh.org.br/compendio/?q=node/4

Almanaque Brasil Socioambiental: http://www.socioambiental.org/loja/detalhe_produto.html?id_prd=10297

(Envolverde/Idéia Socioambiental)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Miriam Leitão entrevista Beto Veríssimo, do Imazon

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM784161-7823-DESMATAMENTO,00.html

Nos últimos tempos tenho ficado cada vez mais impressionado com a tranformação pela qual passou a jornalista Miriam Leitão. Ela é hoje um dos maiores expoentes do jornalismo pela sustentabilidade no Brasil. Nesta entrevista ao Beto Veríssimo, do Imazon, ela busca montar um cenário mais real da Amazônia. Beto, por sua parte, continua sendo um dos profissionais mais competentes no trato com os dados da região amazônica.
Dal Marcondes (Mas quem descobriu o vídeo foi a Fátima Cardoso)

It’s an important issue, but nowhere near the top of the list

By George Monbiot. Published in the Guardian 29th January 2008

I cannot avoid the subject any longer. Almost every day I receive a clutch of emails about it, asking the same question. A frightening new report has just pushed it up the political agenda: for the first time the World Food Programme is struggling to find the supplies it needs for emergency famine relief(1). So why, like most environmentalists, won’t I mention the p-word? According to its most vociferous proponents (Paul and Anne Erlich), population is “our number one environmental problem”(2). But most greens will not discuss it.

Is this sensitivity or is it cowardice? Perhaps a bit of both. Population growth has always been politically charged, and always the fault of someone else. Seldom has the complaint been heard that “people like us are breeding too fast.” For the prosperous clergyman Thomas Malthus, writing in 1798, the problem arose from the fecklessness of the labouring classes(3). Through the 19th and early 20th centuries, eugenicists warned that white people would be outbred. In rich nations in the 1970s the issue was overemphasised, as it is the one environmental problem for which poor nations are largely to blame. But the question still needs to be answered. Is population really our number one environmental problem?

The Optimum Population Trust cites some shocking figures, produced by the UN. They show that if the global population keeps growing at current rates, it will reach 134 trillion by 2300(4). This is plainly ridiculous: no one expects it to happen. In 2005, the UN estimated that the world’s population will more or less stabilise in 2200 at 10 billion(5). But a paper published in Nature last week suggests that that there is an 88% chance that global population growth will end during this century(6).

In other words, if we accept the UN’s projection, the global population will grow by roughly 50% and then stop. This means it will become 50% harder to stop runaway climate change, 50% harder to feed the world, 50% harder to prevent the overuse of resources. But compare this rate of increase to the rate of economic growth. Many economists predict that, occasional recessions notwithstanding, the global economy will grow by about 3% a year this century. Governments will do all they can to prove them right. A steady growth rate of 3% means a doubling of economic activity every 23 years. By 2100, in other words, global consumption will increase by roughly 1600%. As the equations produced by Professor Roderick Smith of Imperial College have shown, this means that in the 21st Century we will have used 16 times as many economic resources as human beings have consumed since we came down from the trees(7).

So economic growth this century could be 32 times as big an environmental issue as population growth. And, if governments, banks and businesses have their way, it never stops. By 2115, the cumulative total rises to 3200%, by 2138 to 6400%. As resources are finite, this is of course impossible, but it is not hard to see that rising economic activity - not human numbers - is the immediate and overwhelming threat.

Those who emphasise the dangers of population growth maintain that times have changed: they are not concerned only with population growth in the poor world, but primarily with growth in the rich world, where people consume much more. The Optimum Population Trust (OPT) maintains that the “global environmental impact of an inhabitant of Bangladesh … will increase by a factor of 16 if he or she emigrates to the USA”(8). This is surely not quite true, as recent immigrants tend to be poorer than the native population, but the general point stands: population growth in the rich world, largely driven by immigration, is more environmentally damaging than population growth in the poor world. In the US and the UK, their ecological impact has become another stick with which immigrants can be beaten.

But growth rates in the US and UK are atypical; even the OPT concedes that by 2050, “the population of the most developed countries is expected to remain almost unchanged, at 1.2 billion”(9). The population of the EU-25 (the first 25 nations to join the Union) is likely to decline by 7 million(10).

This, I accept, is of little consolation to people in the UK, where the government now expects numbers to rise from 61 million to 77 million by 2051(11). Eighty per cent of the growth here, according to the OPT, is the direct or indirect result of immigration (recent arrivals tend to produce more children)(12). Migrationwatch UK claims that immigrants bear much of the responsibility for Britain’s housing crisis. A graph on its website suggests that without them the rate of housebuilding in England between 1997 and 2004 would have exceeded new households by 30-40,000 a year(13).

Is this true? According to the Office of National Statistics, average net immigration to the UK between 1997 and 2004 was 153,000(14). Let us (generously) assume that 90% of these people settled in England, and that their household size corresponded to the average for 2004, of 2.3(15). This would mean that new immigrants formed 60,000 households a year. The Barker Review, commissioned by the Treasury, shows that in 2002 (the nearest available year), 138,000 houses were built in England, while over the 10 years to 2000, average household formation was 196,000(16). This rough calculation suggests that Migrationwatch is exaggerating, but that immigration is still an important contributor to housing pressure. But even total population growth in England is responsible for only about 35% of the demand for homes(17). Most of the rest is the result of the diminishing size of households.

Surely there is one respect in which the growing human population constitutes the primary threat? The amount of food the world eats bears a direct relationship to the number of mouths. After years of glut, the storerooms are suddenly empty and grain prices are rocketing. How will another three billion be fed?

Even here, however, population growth is not the most immediate issue: another sector is expanding much faster. The UN’s Food and Agriculture Organisation expects that global meat production will double by 2050 (growing, in other words, at two and a half times the rate of human numbers)(18). The supply of meat has already tripled since 1980: farm animals now take up 70% of all agricultural land (19) and eat one third of the world’s grain(20). In the rich nations we consume three times as much meat and four times as much milk per capita as the people of the poor world(21). While human population growth is one of the factors that could contribute to a global food deficit, it is not the most urgent.

None of this means that we should forget about it. Even if there were no environmental pressures caused by population growth, we should still support the measures required to tackle it: universal sex education, universal access to contraceptives, better schooling and opportunities for poor women. Stabilising or even reducing the human population would ameliorate almost all environmental impacts. But to suggest, as many of my correspondents do, that population growth is largely responsible for the ecological crisis is to blame the poor for the excesses of the rich.

www.monbiot.com

References:

1. A WFP official, speaking at the World Economic Forum, cited by Gillian Tett and Andrew Edgecliffe-Johnson, 26th January 2008. Food supplies too scarce to meet relief needs. The Financial Times.

2. Paul and Anne Ehrlich, 1990. The Population Explosion. Simon and Schuster, New York, 1990.

3. Thomas Malthus, 1798. Essay on the Principle of Population.

4. Optimum Population Trust, 2007. Too many people: Earth’s population problem
http://www.optimumpopulation.org/opt.earth.html

5. UN Department of Economic and Social Affairs, 2005. World Population Prospects. The 2004
Revision. http://www.un.org/esa/population/publications/sixbillion/sixbilpart1.pdf.

6. Wolfgang Lutz, Warren Sanderson and Sergei Scherbov, 20th January 2008. The coming acceleration of global population ageing. Nature. doi:10.1038/nature06516

7. Roderick A Smith, 29th May 2007. Lecture to the Royal Academy of Engineering.
Carpe Diem: The dangers of risk aversion. See Appendix 1. Reprinted in Civil Engineering Surveyor, October 2007.

8. Optimum Population Trust, 30th May 2006. Mass migration damaging the planet. Press release. http://www.optimumpopulation.org/opt.release30May06.htm

9. Optimum Population Trust, 2007. Too many people: Earth’s population problem
http://www.optimumpopulation.org/opt.earth.html

10. ibid.

11. BBC Online, 23rd October 2007. Population ‘to hit 65m by 2016′. http://news.bbc.co.uk/1/hi/uk/7057765.stm

12. Optimum Population Trust, 2007. Migration: UK. http://www.optimumpopulation.org/opt.more.migration.uk.html

13. Migrationwatch UK, 13th June 2006. Briefing paper 7.7: The impact of immigration on housing demand.
http://migration-watchuk.org/Briefingpapers/housing/7_7_NoLimits.asp

14. ONS, cited by Optimum Population Trust, 2007. Migration: UK. http://www.optimumpopulation.org/opt.more.migration.uk.html

15. Kate Barker, March 2004. Final report of Delivering stability: securing our future housing needs. Chart 1.3, p16. http://www.hm-treasury.gov.uk/media/E/3/barker_review_report_494.pdf

16. Kate Barker, ibid, p16.

17. Population trends for England can be found here: http://www.statistics.gov.uk/STATBASE/Expodata/Spreadsheets/D9537.xls. As only some years are given, I took the average growth rate over 1991-2001, divided it by 2.3 and then expressed it as a percentage of total housing demand in 2000.

18. UNFAO, 2006. Livestock’s Long Shadow, pxx. ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/010/a0701e/a0701e.pdf

19. ibid, pxxi.

20. ibid, p12.

21. ibid, Table 1.5, p15.

Los periodistas alertan de la sobreabundancia de información que generan las

Burgos. (EFE).- Los periodistas iberoamericanos que se encuentran reunidos en el II Congreso Anual de Nuevo Periodismo advirtieron hoy de que la sobreabundancia de información que han traído las nuevas tecnologías pueden generar confusión y falta de análisis.

El director del periódico La Razón de Bolivia, Juan Carlos Rocha, la editora em jefe del grupo editorial Solar de Perú, Patricia Ku King, y el editor del grupo español Dossier, Jordi Castillo, participaron hoy en la mesa redonda 'La nueva frontera del periodismo. De la escasez a la sobreabundancia de la información'.

Rocha consideró que las nuevas tecnologías han traído una libertad mayor al lector, que ahora "puede elegir su propia ruta de información", no sólo a través de los medios tradicionales, sino a través de webs, blogs y buscadores de internet.

No obstante, señaló que en esta libre elección, el informador tiene un papel fundamental puesto que "la multiplicidad de acceso a la información trae uma mirada superficial de muchos temas" y el ciudadano necesita del periodista. "Cuanta más información, mejor para el ciudadano, siempre y cuando hacer periodismo sea lo mismo de siempre, informar con honestidad y honradez", aseguró.

Como ventajas señaló que las nuevas tecnologías permiten tener miradas diferentes de un mismo tema y el periodista tiene la posibilidad de acceder a una consulta telefónica, por correo electrónico o chat de internet com especialistas de cualquier parte del mundo, algo que enriquece los contenidos.

Para Ku King el exceso de información "puede generar falta de análisis y profundización", ya que, a su juicio, la información en bruto que se obtiene de internet crea sociedades desinformadas "que ante tal cantidad de contenidos no pueden discernir entre la información buena de la mala y la tendenciosa de la objetiva".

Según dijo, hay muchos jóvenes cuya información está basada en lo que el buscador Google les ofrece, por eso consideró necesario el apoyo y el análisis que el periodista aporta porque "con su experiencia tiene la capacidad de absorber estos datos, convertirlos en informaciones útiles".

Por su parte, Castillo aseguró que la clave en la convivencia entre el periódico tradicional e internet está en "cómo se empaquete la información, pensar bien a qué público nos dirigimos y pensar qué aportan los nuevos medios a la sociedad".

Hoy concluirá este congreso organizado por la agencia de comunicación Prestomedia y Diariocritico.com, en el que más de 200 periodistas iberoamericanos han debatidos sobre la evolución de la sociedad de la información, las nuevas tecnologías y la influencia de los medios en lãs sociedades latinoamericanas

Fuente. Publicada en Lavarguanrdia.es